quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Oscar Wilde - Mon Amour

"Escolho meus amigos, pelo belo aspecto, os conhecidos, pelo bom gênio e os inimigos, pela inteligência. Não há necessidade de muito escrúpulo na escolha dos desafetos. Não tenho nenhum que seja tolo. Todos são de certo nível intelectual e, em conseqüência, me apreciam."

Lorde Henry
O Retrato de Dorian Gray

Li esse livro faz muito tempo, mas ele não sai da minha memória. Lorde Henry um aristocrata cínico e hedonista típico da época, conhece Dorian e o seduz para sua visão de mundo, onde o único propósito que vale a pena ser perseguido é o da beleza e do prazer: "sou de parecer que se o homem vivesse plena e totalmente a sua vida, desse forma a todo sentimento, expressão a toda idéia, realidade a todo devaneio... creio que o mundo receberia um novo impulso eufórico,um impulso de alegria que nos faria esquecer todos os males do medievalismo e voltar aos ideais helênicos..."
Para Henry a beleza é efêmera. Até mesmo a inteligência lhe é prejudicial: "a beleza, a verdadeira beleza, acaba onde principia a expressão inteligente", enquanto que "a beleza é uma forma de gênio... mais elevada que o gênio, pois dispensa explicação". Dorian foi seduzido pelas palavras de Henry e pela tristeza de seu destino: "o senhor dispõe só de alguns anos para viver deveras, perfeitamente, plenamente. Quando a mocidade passar, a sua beleza ir-se-á com ela; então o senhor descobrirá que já não o aguardam triunfos, ou que só lhe restam as vitórias medíocres que a recordação do passado tornará mais amargas que destroçadas.".

Nenhum comentário: